terça-feira, 10 de março de 2009

Homenagem Ao Batom de Cieiro

Meu querido batom, eras recente, nem duas semanas tinhas. Mesmo assim marcaste a minha vida, mais propriamente os meus lábios. Cada vez que o Cieiro se aproximava, eu dava-lhe barra ao metendo um pouco de ti em mim.
Éramos um. Eu fazia parte de ti e tu de mim. Foram bons os momentos passados. Tu no meu bolso do casaco, enquanto eu dava voltas com a Núrya, ou mesmo quando estava nas aulas. Tu eras a minha protecção. Em ti eu buscava o que me faltava, sebo para a boca.
Ainda me lembro do teu cheiro. Eras de Amêndoa. Fazias-me uma alergia do caraças na boca, mas mesmo assim eras único. Estás agora sozinho no mundo, numa sala qualquer, ou até mesmo no laboratório de Biologia, mas a esta hora já tu foste apanhado pelo continuo com nome de árvore e foste colocado no caixote do lixo.
Foi pena estas borbulhinhas que me deixaste nos lábios, mas mesmo assim sendo algo que me fazia mal, eras tão novinho, tão inocente. ERAS MEU!